How the West Was Won, lançado originalmente em 27 de maio de 2003, é um poderoso registro da energia avassaladora do Led Zeppelin no palco, capturado no auge de sua criatividade e domínio técnico. O disco compila gravações de dois shows realizados em junho de 1972, na costa oeste dos Estados Unidos — no L.A. Forum (25/06) e no Long Beach Arena (27/06) —, poucos meses antes do lançamento do álbum Houses of the Holy (1973). A coletânea foi cuidadosamente montada por Jimmy Page, que selecionou as melhores performances e as costurou para criar uma narrativa fluida e coesa do que seria uma “noite perfeita” de Zeppelin ao vivo.
No verão de 1972, o Led Zeppelin já era uma das maiores bandas do mundo. Com quatro álbuns de estúdio lançados — incluindo o estrondoso sucesso Led Zeppelin IV (1971) —, o grupo estava em uma fase de absoluta confiança artística. Essa turnê americana mostrava um Zeppelin livre das pressões de provar algo, focado em expandir seu som e levar ao palco improvisações ousadas, versões estendidas e uma entrega visceral.
As gravações utilizadas em How the West Was Won foram feitas com equipamentos móveis da época e ficaram nos arquivos da banda por décadas. Elas só vieram à tona oficialmente quando Jimmy Page decidiu revisar e restaurar o material, usando técnicas modernas de mixagem e masterização para revelar a potência original dos shows. O resultado é uma cápsula do tempo que documenta a banda em sua melhor forma: livre, incendiária e devastadoramente pesada.
O álbum é um épico de mais de duas horas e meia de duração, distribuído originalmente em três CDs. A seleção inclui clássicos do catálogo da banda, improvisações épicas e um set acústico intimista. Entre os destaques estão “Immigrant Song” e “Heartbreaker”, abrindo o disco com uma fúria avassaladora; “Dazed and Confused” se estendendo por mais de 25 minutos, com seções improvisadas, passagens psicodélicas e o icônico solo de arco de violino de Page; “Stairway to Heaven”, em uma versão emocionalmente carregada e impecável; “Whole Lotta Love” se transformando em um medley de clássicos do rock e blues dos anos 1950 e 60, mostrando a reverência do grupo por suas raízes musicais; e um set acústico com “Going to California”, “That’s the Way” e “Bron-Y-Aur Stomp”, que trazem leveza e lirismo ao show. O álbum também conta com uma poderosa versão de “Bring It On Home” e a épica “Moby Dick”, com um solo de bateria de mais de 19 minutos de John Bonham — um verdadeiro tour de force do lendário baterista.
How the West Was Won foi saudado pela crítica como um dos melhores álbuns ao vivo já lançados. Ao contrário do polêmico The Song Remains the Same (1976), lançado ainda durante a carreira da banda e frequentemente criticado por edições excessivas e produção inconsistente, este disco mostra o Led Zeppelin como ele realmente era no palco: visceral, ousado e em total domínio de suas habilidades. A importância histórica do álbum também reside no fato de ele oferecer uma visão rara de uma banda que sempre foi relutante em lançar discos ao vivo. Ele reforça a lenda de que, ao vivo, o Zeppelin transcendia suas gravações de estúdio e entrava em uma dimensão própria — moldando músicas em tempo real, explorando novas direções, interagindo com a plateia e com seus próprios limites criativos.
Com o relançamento em 2018 — incluindo novas edições em vinil, Blu-ray Audio e plataformas digitais — How the West Was Won alcançou uma nova geração de ouvintes, consolidando seu status como um documento essencial não apenas para fãs de Led Zeppelin, mas para qualquer um interessado na história do rock.
How the West Was Won é um documento poderoso da supremacia do Led Zeppelin como banda de palco. Um monumento sonoro que mostra quatro músicos no auge de seus poderes, reinventando sua própria obra noite após noite. Um disco que não apenas capturou a conquista do Oeste americano — mas registrou, em áudio cristalino, a dominação do mundo do rock por uma das maiores bandas de todos os tempos.
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