O vocalista e baixista Roger Waters, ex-integrante do Pink Floyd, falou sobre a relação com seus ex-colegas, o também cantor e guitarrista David Gilmour e o baterista Nick Mason, em entrevista ao ‘Jornal da Globo’. No mês de maio, Waters fez críticas abertas a Gilmour por não deixá-lo utilizar as redes sociais da banda para promover seu novo lançamento: a versão em DVD do show ‘Us + Them’, que saiu nos cinemas anteriormente e retrata a turnê mais recente do músico, de mesmo nome, que passou por vários países, incluindo Brasil.
A reportagem aponta que, segundo Roger Waters, uma reunião com David Gilmour e Nick Mason não é uma possibilidade. Porém, ele destaca que tem relações diferentes com os dois ex-colegas. "Você não pode jogar esses dois no mesmo saco, pelo menos para mim, porque Nick é meu amigo", afirmou.
Waters disse, ainda, que nunca brigou na Justiça contra os ex-colegas pelo fato de os dois optarem por seguir com o Pink Floyd após a saída dele, em 1985. "Existe essa coisa também de que eu fui brigar na Justiça contra eles, mas eu nunca cheguei perto de um tribunal. Só fui me aconselhar legalmente para saber se eu poderia aposentar o nome da banda e me disseram categoricamente que não e aí eu disse que não quero o nome, não sou o Pink Floyd", comentou.
A informação não procede, conforme uma entrevista do próprio Roger Waters em 2013. À BBC, o músico não apenas confirma que o processo existiu como, também, diz que se arrepende de ter movido uma ação contra os ex-colegas. Ele apontou, ainda, que não havia percebido que o nome do grupo tinha valor comercial, independentemente dos membros de sua formação.
Livros biográficos como "Comfortably Numb: The Inside Story of Pink Floyd", de Mark Blake, "Saucerful of Secrets", de Nicholas Schaffner, relatam que o Pink Floyd enfrentava uma série de problemas internos até que Roger Waters enviou uma carta às gravadoras EMI e Columbia anunciando que havia deixado a banda e pedindo para ser dispensado das obrigações contratuais.
David Gilmour achou que Waters queria forçar o fim do grupo ao fazer isso. Em contrapartida, Roger disse que foi forçado a deixar a formação após expressar que não gostaria de fazer novos álbuns naquela época, o que representaria uma violação de acordo prévio e geraria suspensão dos pagamentos de direitos autorais.
Fato é que Roger Waters realmente recorreu à justiça americana para tentar impedir o uso do nome Pink Floyd para shows e lançamento de álbuns, afirmando que a banda já era uma "força gasta em termos criativos". Na época, Waters e seus advogados descobriram que a parceria nunca foi oficializada.
Os esforços não adiantaram, já que David Gilmour optou por continuar com a banda junto de Nick Mason e do já falecido tecladista Richard Wright. Ambas as partes firmaram um acordo extrajudicial em 1987 para o grupo seguir de forma legal.
Por Igor Miranda (Whiplash) Fonte:- Jornal da Globo